A manutenção de hábitos saudáveis é crucial para prevenir diversos tipos de doenças e, também para envelhecer com qualidade e bem estar.
Desde a antiguidade, o homem sabe que a saúde e o bem estar físico, dependem da alimentação saudável e que nutrientes específicos apresentam o mérito de prevenir doenças. A alimentação saudável, é aquela planejada com alimentos de grupos diferentes, de procedência conhecida e preparados de forma a preservar o valor nutritivo e os aspectos sensoriais. Os fatores dietéticos são reconhecidos como tendo efeito significativo sobre o câncer, aumentando ou reduzindo seu risco.
A nutrição tem um papel fundamental tanto na prevenção do câncer quanto na carcinogênese, atuando como fator de prevenção primária do câncer de duas maneiras: pela ingestão de alimentos que atuam como fator de proteção contra a doença e evitando-se a ingestão de alimentos que contenham fatores cancerígenos.
O dano oxidativo ao DNA humano pode ser alterado por alguns fatores dietéticos e aumentado pela presença de gorduras poli-insaturadas ou reduzido por antioxidantes. O risco para mutações pode ser acentuado no caso de componentes necessários para a síntese de DNA, os níveis de hormônios endógenos podem influenciar o ciclo celular e resultar em uma ação potencial na incidência de câncer.
Alimentos funcionais
É importante enfatizar que a alimentação adequada além de fornecer energia e nutrientes essenciais, pode contribuir para a promoção de efeitos fisiológicos benéficos, prevenindo ou retardando uma doença. Os alimentos que contem essas propriedades são chamados de funcionais, responsáveis por exercer ação metabólica ou fisiológica que contribui para a saúde e para diminuição de morbidades crônicas.
Importante salientar que nenhum alimento isolado é capaz de prevenir ou induzir ao câncer. Isso depende de fatores internos e externos, entre os quais a dieta como um todo. No entanto depois que a doença está instalada, a dieta toma dimensões diferentes, devendo fazer parte do tratamento terapêutico, afim de minimizar os prejuízos decorrentes da doença, bem como aumentando a defesa imunológica individual.
Ainda não está claro qual é o determinante anticarcinogênico das frutas e hortaliças, uma vez que são fontes de vitaminas, minerais, fibras, fitoquímicos e de outros componentes.
O cuidado com alguns alimentos!
Por outro lado, a ligação da obesidade e o aumento do risco de câncer de mama, próstata e endométrio e possivelmente cólon e reto é explicado em alguns estudos associado ao aumento hormonal e alta carga glicêmica. O álcool provavelmente aumenta o risco de câncer de estômago, mas está inversamente associado ao risco de câncer de rim, o que pode indicar um verdadeiro efeito biológico ou refletir confusão ou preconceito residual. Bebidas muito quentes provavelmente aumentam o risco de câncer de esôfago, alimentos preservados por a salga provavelmente aumenta o risco de câncer de estômago, e vários fatores dietéticos provavelmente reduzem o risco de câncer colorretal.
Previna o câncer, alimente-se bem!
A Sociedade Americana de Câncer (ACS) preconiza algumas dicas para prevenção, dentre elas estão:
a manutenção dos níveis adequados de peso corporal;
limitar o consumo de carnes vermelhas, especialmente as processadas e ricas em gordura;
preferir grãos integrais ricos em fibras a refinados e evitar açúcares.
Estratégias de intervenção nutricional em pacientes com câncer, em especial o câncer de mama, está associada com redução no estresse oxidativo, melhor resposta ao tratamento, menor depleção pela terapia antineoplásica e melhor qualidade de vida.
Portanto, o cuidado com a alimentação de pacientes antes e após o diagnóstico oncológico é fundamental.
Por Nara Rosana Andrade – Oncologista Clínica- Sócia da OncoTag